A letalidade policial na cidade de São Paulo registrou um aumento significativo em 2024, com 184 mortes de civis envolvendo PMs em serviço, o dobro do registrado no ano anterior. Esse crescimento gerou preocupações, já que a gestão estadual interrompeu uma tendência de redução de óbitos pela PM observada desde 2021, com a introdução de câmeras corporais. Embora a Secretaria de Segurança Pública do Estado tenha afirmado seu compromisso com a punição dos desvios de conduta, especialistas destacam a necessidade de reforçar o treinamento dos policiais e aumentar o uso de armas não letais.
Além de São Paulo, a Baixada Santista também apresentou um aumento expressivo nas mortes cometidas por policiais, refletindo a intensificação das operações de segurança na região. A área, estratégica para o tráfico de drogas, é alvo frequente de ações policiais após a morte de agentes da PM em confrontos. No entanto, o uso excessivo de força tem gerado críticas tanto de moradores quanto de organizações de direitos humanos, que denunciam abusos por parte das forças de segurança. A eficácia dessa abordagem é questionada, já que a letalidade maior não parece refletir em melhorias no combate ao crime organizado.
Casos de repercussão, como a morte de um estudante de medicina e de uma criança durante confrontos policiais, evidenciam as tensões entre a ação policial e os direitos civis. A gestão estadual tem afirmado que está investindo em treinamentos e novos equipamentos para reduzir a letalidade e melhorar a atuação dos agentes. As autoridades ressaltam que todas as ocorrências são rigorosamente investigadas, com o acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público, a fim de garantir a responsabilização em casos de abuso ou excesso.