O ataque de Donald Trump à Corte Penal Internacional (CPI) não é uma surpresa, dado o histórico de sua administração anterior de impor sanções à instituição, em razão de investigações sobre crimes de guerra no Afeganistão, inclusive envolvendo os Estados Unidos. A mais recente ordem executiva do ex-presidente vai além, ameaçando os alicerces da corte e colocando em risco seu funcionamento. O governo americano nunca aderiu à CPI, temendo a possibilidade de escrutínio sobre suas próprias ações e as de seus aliados.
Durante a presidência de Joe Biden, a situação da CPI não melhorou significativamente. Embora tenha defendido a validade de um mandado de prisão contra líderes de outros países, sua postura foi criticada por desconsiderar mandados contra outras figuras, levando a uma percepção de incoerência. Isso enfraqueceu tanto a credibilidade da CPI quanto a alegação dos Estados Unidos de apoio a uma ordem internacional baseada em regras.
Este cenário reflete tensões maiores nas relações internacionais, com críticas sobre a aplicação seletiva da justiça e o papel das grandes potências. As ações dos Estados Unidos contra a CPI podem ser vistas como parte de um padrão mais amplo de resistência a mecanismos de supervisão e responsabilização, afetando a percepção global sobre o compromisso dos EUA com os princípios de justiça e direitos humanos.