Em 2024, o Brasil registrou 122 assassinatos de pessoas trans e travestis, sendo 5 dessas vítimas defensoras de direitos humanos. Esse número representa uma queda de 16% em relação ao ano anterior, quando 145 mortes foram registradas. Apesar dessa redução, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que a diferença é pequena em relação à média histórica de 125 assassinatos anuais, revelando que a situação continua grave. A maioria das vítimas, 95,9%, eram travestis e mulheres trans, com apenas 5 homens trans entre os mortos.
A falta de dados precisos sobre esses crimes é um desafio contínuo. A Antra observa que a subnotificação é comum, com casos frequentemente não registrados de maneira adequada por órgãos oficiais como delegacias e IMLs. Embora haja uma melhoria gradual nos últimos anos, a ausência de informações detalhadas sobre as mortes de pessoas trans ainda persiste. A pesquisa da Antra identificou 1.179 assassinatos de pessoas trans desde 2017, com os piores anos sendo 2017 e 2020, quando os números chegaram a 179 e 175 casos, respectivamente.
Em 2024, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Ceará lideraram os registros de assassinatos, com 16, 12 e 11 casos, respectivamente. Curiosamente, 68% dos crimes ocorreram no interior dos estados, fora das capitais. A situação do Brasil é comparada com a de outros países, mostrando um aumento de 110% nos assassinatos de pessoas trans desde 2008, quando foram registrados apenas 58 casos. Apesar da diminuição de mortes em relação ao ano anterior, os dados ainda refletem um cenário preocupante e uma luta constante pela visibilidade e proteção dessa população.