Angélica Azevedo e Silva, formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), teve uma jornada acadêmica marcada por desafios de deslocamento entre a periferia e o centro da capital federal. Durante seus estudos, ela percebeu as disparidades entre o Gama, sua região de origem, e a cidade de Brasília, o que a motivou a refletir sobre a importância de uma arquitetura acessível e sustentável, voltada para as necessidades das comunidades periféricas. Seu trabalho de iniciação científica, que abordou a sustentabilidade urbana em Cavalcante-GO, rendeu-lhe o Prêmio Carolina Bori de Ciência & Mulher, concedido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Angélica, que desde criança desenhava casas imaginando um futuro melhor para sua família, buscou através de sua formação acadêmica e de projetos de urbanismo contribuir para a melhoria das condições de vida das populações marginalizadas. Sua pesquisa de conclusão de curso foi focada no desenvolvimento sustentável e revitalização de espaços urbanos, incluindo o plano diretor de Cavalcante e um projeto para o bairro quilombola Vila Morro Encantado. Esses projetos têm como objetivo promover uma infraestrutura urbana que leve em consideração a identidade, a ancestralidade e as necessidades das comunidades locais.
Após concluir a graduação, Angélica integrou o Programa Periferia Viva, do Ministério das Cidades, e continua trabalhando como pesquisadora júnior, sempre com o foco em soluções habitacionais para a população de baixa renda. Ela defende um urbanismo participativo e inclusivo, em que a infraestrutura básica seja garantida para todos, com a criação de áreas verdes, parques e espaços institucionais. Seus projetos refletem a visão de um urbanismo que se preocupa com a qualidade de vida e a dignidade das pessoas, algo que se alinha ao trabalho de sua orientadora, a professora Liza Maria Souza de Andrade, que valoriza a interação com comunidades em territórios periféricos.