O governo argentino de Javier Milei implementou uma série de medidas econômicas, incluindo o controle da inflação e ajustes na taxa de câmbio, que resultaram na valorização momentânea do peso. Esse cenário atrai turistas argentinos para o Brasil, onde os destinos são mais acessíveis devido à diferença cambial, e impacta diretamente o setor do turismo. A desvalorização do real frente ao dólar contribui para essa valorização do peso, tornando os produtos brasileiros mais competitivos, ao passo que o mercado interno argentino enfrenta distorções no preço de bens e serviços.
A política cambial, embora tenha ajudado a conter as expectativas inflacionárias no curto prazo, gera uma série de distorções econômicas. A valorização excessiva do peso argentino afeta setores-chave, como o agrícola e o industrial, além de desincentivar o investimento externo. A medida de desvalorização da moeda, que deveria ocorrer, ainda não foi realizada, e a inflação continua sendo um desafio para o governo, que tenta equilibrar a popularidade política com as necessidades econômicas.
Com as eleições parlamentares se aproximando, o governo argentino precisa manter o apoio popular e controlar a inflação para garantir uma posição favorável nas urnas. A liberação das restrições cambiais, conhecida como “cepo”, é um tema delicado, pois pode gerar impactos negativos, como o aumento dos preços, especialmente se o mercado não encontrar um câmbio estável. A situação continua a ser desafiadora, pois a Argentina lida com a complexa combinação de medidas fiscais, inflação e expectativas econômicas.