O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que o país já estaria em negociações para um acordo comercial com os Estados Unidos, caso não fosse a restrição imposta pelo Mercosul. Durante sua participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) nos Estados Unidos, Milei reiterou que a Argentina deseja ser o primeiro país a aderir ao regime de reciprocidade comercial proposto pelo ex-presidente Donald Trump, que inclui tarifas sobre produtos argentinos. Esse regime poderia ser implementado em abril de 2025.
Milei não é a primeira autoridade argentina a criticar o Mercosul por, segundo ele, dificultar negociações comerciais bilaterais com países fora do bloco. O presidente argentino já sinalizou anteriormente a intenção de abandonar o Mercosul, alegando que as limitações impostas pelo grupo sul-americano prejudicam os interesses do país. Embora o bloco tenha uma regra que sugere a negociação conjunta de acordos, não existe uma proibição formal sobre tratativas bilaterais.
Além disso, a questão da negociação individual de acordos comerciais tem sido um ponto de divergência dentro do Mercosul. Argentina e Uruguai defendem maior flexibilidade para firmar acordos de livre comércio de forma separada. O Uruguai, por exemplo, tentou negociar diretamente com a China em 2021, sem sucesso, o que ilustra as tensões internas dentro do bloco regional e a busca por uma maior autonomia nas negociações internacionais.