A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) comunicou que o adiamento da adoção do B15, que consiste na mistura de 15% de biodiesel no diesel fóssil, pode prejudicar investimentos e comprometer a previsibilidade da cadeia produtiva. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu, em reunião no dia 18 de fevereiro, manter a mistura de biodiesel em 14% sem previsão de revisão, adiando a implementação do B15, que estava programada para o mês seguinte. A decisão impacta diretamente os planos de expansão do setor, que esperava um aumento de 7% na oferta do biocombustível.
A Aprobio apontou que o adiamento é um retrocesso na transição energética e um obstáculo ao avanço da economia verde no país, além de contradizer as metas estabelecidas para a COP30. O presidente da Aprobio, Francisco Turra, manifestou-se em um comunicado afirmando que a mudança de postura é preocupante e que a visão errônea sobre o impacto da evolução da mistura de biodiesel na inflação prejudica toda a cadeia produtiva, colocando em risco investimentos significativos que estavam programados.
O setor também destacou a queda no preço do biodiesel devido à redução do valor do óleo de soja e à desvalorização do dólar. Além disso, a Aprobio ressaltou que a decisão tem repercussões não apenas para a indústria de biocombustíveis, mas também para a agricultura familiar e para a competitividade de preços de alimentos que dependem do farelo de soja. O setor enfrentou desafios semelhantes no passado, mas continua unido na busca por reverter a decisão, defendendo o fortalecimento da economia sustentável e a redução dos impactos climáticos no país.