A Apple pode ser forçada a aumentar os preços de seus produtos nos Estados Unidos devido a tarifas adicionais, segundo análise do Bank of America. A instituição estima que uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da Apple resultaria em uma redução de 2% a 3% no lucro por ação (LPA) da empresa, caso ela não ajuste seus preços. Se a Apple mantiver sua estrutura de preços atual, o impacto no LPA em 2026 pode ser de até US$ 0,26, mas um aumento de cerca de 3% nos preços reduziria essa queda para US$ 0,21. No entanto, o banco aponta que, para compensar integralmente o efeito das tarifas, seria necessário um aumento de aproximadamente 9% nos preços, considerando uma possível redução de 5% nas vendas.
Essas tarifas são resultado de um memorando assinado pelo ex-presidente Donald Trump, que determinou tarifas recíprocas sem exceções para os parceiros comerciais dos EUA. Embora inicialmente as tarifas de 10% se apliquem à China, o Bank of America destaca a possibilidade de tarifas mais altas para outros países, como a Índia, o que poderia afetar a cadeia de suprimentos da Apple. A empresa vende cerca de 50 milhões de iPhones, 15 milhões de iPads e 10 milhões de Macs anualmente nos Estados Unidos, e a imposição de tarifas poderia impactar diretamente a rentabilidade.
Apesar dos desafios apresentados pelas tarifas, o Bank of America mantém sua recomendação de compra para as ações da Apple, devido à estabilidade de seus fluxos de caixa, à resiliência de seus lucros e ao potencial de aproveitamento de tecnologias como a inteligência artificial. A instituição não alterou suas projeções financeiras, mantendo o preço-alvo de US$ 265 por ação. A situação continua a ser monitorada, com atenção voltada para os possíveis efeitos das tarifas recíprocas e suas implicações no desempenho da empresa.