O apoio contínuo à Ucrânia tem incentivado uma reavaliação do relacionamento do Reino Unido com a Europa, transformando a integração com a União Europeia em uma prioridade patriótica. Este movimento surge em um contexto em que o Brexit havia antes limitado essas conexões. A guerra na Ucrânia e os desafios globais trazem à tona a importância de uma maior cooperação com o continente europeu, o que se tornou uma questão estratégica, especialmente no âmbito político doméstico britânico.
Em julho de 2024, com Keir Starmer assumindo o cargo de primeiro-ministro, o Partido Trabalhista foi inicialmente cauteloso em relação às questões europeias, considerando o Brexit um tema divisivo. A reconciliação com eleitores que haviam votado a favor da saída da União Europeia era uma prioridade, o que levou a um discurso genérico sobre o tema. Durante as eleições, os líderes estrangeiros mais destacados na campanha trabalhista foram o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, refletindo a ênfase nas alianças internacionais mais imediatas.
Apesar dos desafios, a visita de Starmer a Washington em 2024 e a dinâmica política global podem favorecer uma mudança na postura do Reino Unido em relação à Europa, permitindo uma maior flexibilidade e novas avenidas de cooperação que o Brexit havia fechado. A crise ucraniana, nesse contexto, poderia oferecer uma nova oportunidade para fortalecer os laços com a Europa, ao mesmo tempo em que coloca o Reino Unido em uma posição estratégica para influenciar as questões globais de segurança e política internacional.