A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na véspera, que o Fator Y, utilizado para calcular o reajuste anual dos preços dos medicamentos no Brasil, será zero para o período de 2025/2026. O Fator Y é responsável por ajustar os preços entre o setor farmacêutico e os demais setores da economia, levando em consideração custos não captados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O impacto desse ajuste é importante, pois visa minimizar os custos adicionais que não são refletidos diretamente na inflação, mas que afetam a estrutura de custos da indústria farmacêutica.
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) utiliza a fórmula IPCA – Fator X + Fator Y + Fator Z para determinar o reajuste. O Fator X, que mede a produtividade da indústria farmacêutica, foi ajustado para 2,459% para o período de julho de 2024 a junho de 2025. Já o Fator Z é um ajuste relativo entre setores dentro da indústria. Segundo analistas do Itaú BBA, o Fator Y ficou abaixo das expectativas do mercado, que aguardava uma definição em torno de 1%, e a previsão de reajuste para os medicamentos gira em torno de 3,7%.
Além disso, uma resolução que diminui os preços máximos de medicamentos, com base na exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, também está prevista para este ano. Essa medida pode resultar em uma redução de preços ao consumidor de até 2,59%, dependendo do tipo de produto e da carga tributária específica. Os analistas indicam que as farmácias podem enfrentar desafios no segundo semestre de 2025, caso o reajuste dos medicamentos fique abaixo da inflação. Esse cenário pode prejudicar a capacidade das drogarias de alcançar uma alavancagem operacional, impactando seus resultados financeiros.