A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a realização de uma consulta pública e audiência para discutir a implementação de um ambiente regulatório experimental, conhecido como “sandbox regulatório”. O objetivo é testar um novo modelo de plano de saúde, limitado a consultas e exames eletivos, sem cobertura para pronto-socorro e internação. A consulta pública ocorrerá entre 18 de fevereiro e 4 de março, com a audiência marcada para 25 de fevereiro. A proposta visa aumentar o acesso aos planos de saúde no Brasil, criando alternativas mais acessíveis e diversificadas.
O JPMorgan considera que a principal discussão gira em torno da proposta de ter o plano ambulatorial como uma opção adicional aos planos tradicionais, sem substituí-los. A ideia é realizar um período de testes de dois anos, durante o qual a ANS decidiria se continuaria com o modelo. Entre os pontos levantados estão os limites de copagamento, carências e a possibilidade de cancelamento unilateral do contrato. O banco vê com bons olhos a inclusão de novos produtos no setor, especialmente aqueles com custo mais baixo, que podem ampliar o acesso aos serviços de saúde privados. No entanto, acredita que não será um divisor de águas para os principais players do mercado.
Entre os beneficiados, o JPMorgan destaca a Hapvida, que poderia aproveitar sua rede de atendimento para lançar o novo produto. No entanto, há riscos de que clientes, especialmente grandes varejistas, migrem para a opção mais barata. A expansão de serviços de saúde por meio de redes de farmácias, como a RD Saúde e Pague Menos, também pode ser um reflexo positivo. Para empresas como a Rede D’Or e SulAmerica, que operam com foco em alta complexidade, o impacto seria limitado, dado que seu público-alvo tende a buscar cobertura mais abrangente. A proposta ainda está em fase de discussão e o nível de regulamentação será determinante para o sucesso do modelo.