A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública para discutir a possível inclusão do medicamento Tibsovo (ivosidenibe) na cobertura obrigatória dos planos de saúde. O medicamento é indicado para o tratamento de colangiocarcinoma, um câncer raro e agressivo que afeta as vias biliares. Especificamente, ele é recomendado para pacientes adultos com a mutação no gene IDH1 e que já tenham passado por pelo menos uma linha prévia de tratamento sistêmico. A consulta pública ficará aberta até o dia 25 de fevereiro, e a participação pode ser feita online.
O colangiocarcinoma é um tipo de câncer que afeta os ductos biliares intra-hepáticos e extra-hepáticos e representa uma pequena parcela dos tumores hepáticos primários. A doença, frequentemente diagnosticada em estágios avançados, não apresenta sintomas específicos nas fases iniciais, o que dificulta a detecção precoce. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, o câncer no fígado acomete menos de cinco pessoas a cada 100 mil habitantes por ano.
O Tibsovo, aprovado pela Anvisa em abril de 2024 e comercializado desde setembro do mesmo ano, oferece uma nova esperança terapêutica para pacientes com esse tipo de câncer e mutação genética. Em estudos clínicos, o medicamento mostrou uma redução de 63% no risco de progressão ou morte em pacientes tratados. Além de sua aprovação no Brasil, o medicamento também recebeu aval de agências reguladoras internacionais, incluindo as dos Estados Unidos e da Europa. A consulta pública é a última etapa antes da recomendação final da ANS sobre sua inclusão no rol de tratamentos obrigatórios.