O município de Bragança, no Pará, está situado na maior faixa contínua de manguezal do mundo, com uma vasta biodiversidade que mistura ecossistemas de floresta e mar. O manguezal da região desempenha um papel vital na cultura local, com espécies como o caranguejo-uçá, o molusco turu e o fruto ajuru, consumidos frequentemente pelos moradores. A região também é marcada por sua importância ecológica, representando mais de 80% das áreas de manguezal do Brasil, e é considerada uma das mais ricas em biodiversidade, com grande conectividade entre ecossistemas de água doce, recifes de coral e outras florestas amazônicas.
A educação ambiental desempenha um papel crucial na conscientização das novas gerações sobre a importância desses ecossistemas costeiros. O projeto “Escola Vai ao Mangue”, do Instituto Peabiru, tem permitido que jovens de escolas da região explorem o manguezal, aprendendo sobre sua fauna e flora, como o mangue-vermelho, o mangue-preto e o mangue-branco. Além disso, os alunos participam de ações de reflorestamento em áreas degradadas, contribuindo para a recuperação da biodiversidade local. Em 2024, cerca de 2 mil alunos e 300 professores participaram do projeto, que visa integrar educação científica e prática no ecossistema manguezal.
Em 2025, com a realização da COP30 em Belém, o projeto planeja expandir suas atividades e alcançar um número maior de estudantes. A preservação do manguezal é essencial não só para a fauna e flora locais, mas também para o combate às mudanças climáticas, dado o alto poder de estocagem de carbono desses ecossistemas. O trabalho de recuperação de áreas degradadas, aliado ao saber tradicional dos pescadores e extrativistas locais, reforça a importância da educação ambiental e do engajamento comunitário na proteção do meio ambiente e na construção de um futuro sustentável para a Amazônia.