A Alphabet, empresa controladora do Google, anunciou que irá liberar o uso de inteligência artificial (IA) para pesquisas com fins militares, sem fazer menção direta ao uso de armas. A decisão reflete uma mudança na abordagem da empresa, que em 2018 havia adotado uma diretriz proibindo o uso militar de suas tecnologias. O comunicado sugere que, no contexto de uma crescente competição geopolítica pela liderança em IA, as democracias devem liderar o desenvolvimento dessa tecnologia, com valores fundamentais como liberdade e respeito aos direitos humanos. A empresa também afirmou que as organizações que compartilham esses princípios devem colaborar para promover a segurança nacional e o bem-estar global.
Em 2018, a Alphabet enfrentou resistência interna e externa ao vincular sua tecnologia a operações militares, o que levou ao término de um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. No entanto, a mudança nas diretrizes ocorre em meio a uma nova dinâmica no uso da inteligência artificial, especialmente em contextos militares. Em janeiro de 2025, o jornal The Washington Post reportou que documentos internos indicavam que a Alphabet colaborou com Israel após os ataques de outubro de 2023, facilitando o uso de IA para análise de documentos e gravações de áudio durante as investigações relacionadas ao conflito.
A mudança de postura da empresa gera preocupações sobre o papel das grandes corporações de tecnologia no campo militar e as implicações éticas de seu envolvimento. Embora a Alphabet tenha indicado que os valores democráticos guiarão seu desenvolvimento de IA, a utilização de suas tecnologias por governos e forças militares continua sendo um tema controverso.