A Alphabet, empresa-mãe do Google, anunciou uma mudança em sua política sobre o uso de inteligência artificial (IA) para fins militares. A companhia, que em 2018 havia estabelecido uma diretriz proibindo tal uso, agora permitirá que a tecnologia seja aplicada em pesquisas relacionadas à defesa, sem fazer referência direta a armamentos. A empresa justifica a decisão com a necessidade de as democracias liderarem o desenvolvimento da IA, defendendo valores como liberdade, equidade e respeito aos direitos humanos, além de enfatizar a importância da colaboração entre empresas com esses princípios para a segurança global.
A mudança ocorre em meio a uma crescente competição geopolítica pelo domínio da IA, particularmente no setor militar. A Alphabet também se viu envolvida em uma controvérsia no início de 2023, quando documentos internos indicaram que sua tecnologia foi utilizada para apoiar as forças armadas de Israel após um ataque de grupos armados. A alegação é que o software Vertex, da empresa, teria sido empregado para acelerar a análise de documentos e gravações de áudio provenientes de serviços de inteligência israelenses, embora a parceria não tenha sido confirmada pelas partes envolvidas.
Este movimento da Alphabet contrasta com sua postura anterior, onde a empresa havia rompido um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos devido a protestos internos sobre o uso da IA em contextos militares. A decisão reflete uma mudança na estratégia corporativa diante do cenário global de crescente tensão em áreas de segurança e tecnologia.