Recentemente, imagens de capivaras com coloração verde em um reservatório na província argentina de Entre Ríos viralizaram nas redes sociais, despertando preocupação. A tonalidade incomum nos animais não é apenas um fenômeno visual, mas um sinal de um problema ambiental grave: a presença de cianobactérias. Essas bactérias microscópicas, também chamadas de algas azuis, proliferam em águas doces e podem liberar toxinas perigosas para a saúde humana e animal.
As cianobactérias se multiplicam especialmente em períodos de calor, como no verão, e, em grandes concentrações, causam a formação de um “verdín” que tinge a água de verde. Embora algumas espécies não sejam prejudiciais, muitas produzem substâncias tóxicas capazes de provocar desde irritações na pele até danos graves ao fígado e ao sistema nervoso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para os riscos crescentes associados a essas bactérias, que se tornam mais prevalentes com a poluição e as mudanças climáticas.
O fenômeno registrado nas águas de Salto Grande, ainda sem identificação precisa das espécies de cianobactérias presentes, já gerou um alerta da Comissão Administradora do Rio Uruguai. Especialistas apontam que além das altas temperaturas, a poluição causada por esgoto, agrotóxicos e resíduos industriais contribui para a proliferação descontrolada dessas bactérias. Diante disso, as autoridades recomendam que a população evite nadar ou consumir água de áreas com coloração esverdeada, enquanto a comunidade científica investiga os riscos específicos para a saúde na região.