A Alemanha irá às urnas no próximo domingo (23) para escolher os 630 deputados que compõem o Bundestag, o Parlamento nacional. As pesquisas mais recentes indicam que o bloco conservador CDU/CSU lidera com 29% das intenções de voto, seguido pela extrema-direita AfD com 21%. As eleições acontecem em um contexto de crescente apoio à AfD, o que tem gerado preocupações sobre a formação de uma coalizão governamental estável. Tradicionalmente, os partidos alemães têm evitado alianças com a AfD, devido a acusações de extremismo, mas a ascensão do partido pode complicar esse “cordão sanitário” contra sua participação.
A formação de uma nova coalizão, no entanto, será um desafio, dado o atual cenário político fragmentado. O bloco CDU/CSU pode ter dificuldades para alcançar a maioria necessária no Parlamento, o que pode forçar um acordo com outras legendas. Entre as opções possíveis estão a formação de uma Grande Coalizão com o SPD, a criação de alianças mais restritas como a coalizão Kiwi (CDU/CSU e Verdes) ou até mesmo um governo minoritário, onde o partido mais votado governaria sem maioria absoluta. Cada configuração enfrenta desafios internos devido às diferenças ideológicas entre os partidos.
Especialistas alertam que a instabilidade política pode aumentar, dependendo do formato da coalizão que se formar após as eleições. Se o governo resultante não for eficaz em resolver questões-chave como a imigração e a recuperação econômica, isso pode favorecer ainda mais o crescimento da AfD nas próximas eleições, em 2029. A busca por uma solução política que inclua amplos consensos será crucial para garantir a estabilidade do país nos próximos anos.