Durante a Conferência de Segurança de Munique, o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez uma declaração contundente contra qualquer tentativa de interferência externa nas eleições e na democracia do país. A afirmação foi uma resposta a críticas do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que havia se manifestado favoravelmente a um partido de extrema-direita, gerando preocupações sobre a polarização política na Alemanha. Scholz destacou a resistência da maioria da população contra movimentos que glorificam o nazismo, reforçando o compromisso histórico do país com a democracia e a rejeição a qualquer forma de colaboração com partidos de extrema-direita.
Scholz também abordou temas de segurança internacional, especialmente a guerra na Ucrânia, e reafirmou a posição da Alemanha de não aceitar mudanças nas fronteiras ucranianas sob pressão militar. Ele destacou que a soberania da Ucrânia deve ser preservada e que um acordo de paz que beneficie a Rússia não teria o apoio da Alemanha, dado o risco de enfraquecer a segurança tanto dos Estados Unidos quanto da Europa. O chanceler também alertou que a fragmentação de políticas de segurança entre as potências ocidentais poderia beneficiar o governo russo.
Por fim, o chanceler defendeu a necessidade de flexibilizar os limites fiscais da Alemanha para permitir o aumento dos gastos com defesa. Segundo Scholz, a Alemanha tem a capacidade econômica de financiar a defesa sem comprometer sua estabilidade financeira, destacando que a medida seria necessária para cumprir a meta de destinar 2% do PIB aos investimentos em segurança. Ele sublinhou a importância de uma abordagem coletiva entre os países do G7, considerando que todos enfrentam desafios semelhantes em termos de endividamento público.