O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi reeleito presidente do Senado com 73 votos, assumindo o cargo para o biênio 2025-2027, após quatro anos de sua primeira gestão. A vitória de Alcolumbre é significativa, pois marca uma mudança na relação do Senado com o governo federal, refletindo uma maior proximidade com a oposição, diferente de seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Essa nova configuração política no Senado indica que a oposição, em especial o PL, partido ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhará maior espaço, com a vice-presidência da Casa e a presidência da Comissão de Segurança Pública, liderada por Flávio Bolsonaro.
A eleição de Alcolumbre foi respaldada por uma coalizão ampla, composta por dez partidos, incluindo o PL, PSD e Republicanos, o que destaca a habilidade política do senador em formar alianças pragmáticas. Durante sua gestão anterior, Alcolumbre consolidou o poder do Congresso sobre o Orçamento, criando a “emenda do relator” e contribuindo para a implementação do Orçamento Secreto. Sua nova eleição ocorre em um contexto de maior pressão por transparência e investigações sobre o uso de emendas parlamentares, o que deverá ser um desafio em seu novo mandato.
Alcolumbre precisará equilibrar as demandas tanto da oposição quanto do governo Lula, especialmente em questões relacionadas à execução do Orçamento e à tramitação de projetos como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Sua estratégia de diálogo aberto com todos os setores políticos, somada à sua trajetória como articulador, sugere que seu novo mandato será marcado por uma gestão equilibrada, mas que certamente exigirá habilidades políticas para lidar com as tensões e desafios no Congresso.