O agronegócio brasileiro se prepara para um dos maiores desafios dos últimos anos com a expectativa de um Plano Safra 2025 com custos elevados. Isso ocorre devido ao aumento da taxa Selic, que pode chegar a 15% ao ano, um nível não visto desde 2006. Esse cenário de juros altos aumenta o custo do financiamento do setor agropecuário, tanto no mercado de crédito tradicional quanto no financiamento privado. Os produtores, que antes podiam recorrer a taxas mais baixas no mercado, enfrentam agora juros de até 20%, tornando essa alternativa financeiramente inviável.
Com o financiamento mais caro, o governo também precisa enfrentar a dificuldade de subsidiar os juros para garantir crédito acessível aos produtores. A alta dos juros compromete a capacidade do governo de equalizar essas taxas, o que, por sua vez, dificulta o combate à inflação dos alimentos, afetando o custo de vida dos brasileiros. O crédito rural é essencial para manter os custos de produção baixos e, assim, garantir uma oferta de alimentos a preços mais acessíveis. No entanto, a falta de soluções definitivas para o financiamento do setor aumenta a incerteza no campo.
Embora o governo tenha liberado uma medida provisória de R$ 4,1 bilhões para o crédito rural no Plano Safra 2024, essa é uma solução temporária diante do cenário difícil. A combinação de juros elevados e a crescente demanda por recursos exige uma abordagem mais estruturada e consistente para garantir a saúde financeira do setor agropecuário. O Plano Safra precisa se tornar uma prioridade, com soluções permanentes para enfrentar os desafios do setor e minimizar o impacto nos preços dos alimentos.