Neste fim de semana, a União Africana (UA) dá início à sua cúpula anual com um pronunciamento histórico: o ano de 2025 será dedicado à Justiça para os Africanos e Pessoas de Origem Africana por meio de Reparações. Pela primeira vez, a UA coloca as reparações como um foco central de sua agenda, destacando a importância de reconhecer as injustiças históricas e buscar compensações por séculos de exploração e violência. A declaração reflete o crescente desejo do continente africano de alcançar justiça e reconhecimento internacional por parte das potências que, historicamente, se beneficiaram da exploração.
Embora a proposta de reparações venha em um momento em que muitas potências coloniais mostram resistência em lidar com seu passado, e em um contexto global de instabilidade e mudanças nas dinâmicas de poder, a demanda da África por justiça se torna ainda mais urgente. A crescente insatisfação com a desordem nas instituições internacionais, exacerbada por ações de grandes nações, traz à tona a necessidade de uma resposta significativa das democracias globais, especialmente da Europa, no que tange às suas responsabilidades históricas.
Apesar de desafios políticos e diplomáticos, o movimento pela reparação das injustiças sofridas pelos povos africanos adquire um novo fôlego no cenário atual, refletindo uma postura mais assertiva da África em buscar reconhecimento e justiça. O ano de 2025 será, portanto, um marco para as discussões sobre reparações e para a construção de alianças internacionais que possam apoiar esse processo de reparação histórica.