O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) segue em ascensão nas intenções de voto para as eleições legislativas de 2024, alcançando 21%, o dobro da votação obtida nas últimas eleições. Apesar de ser uma das principais forças emergentes, o AfD ainda não tem apoio suficiente para liderar o futuro governo alemão, o que reflete uma onda de desilusão entre parte do eleitorado, especialmente em relação à economia, à migração e ao impacto da guerra na Ucrânia. Essa insatisfação está impulsionando uma guinada à direita no país, onde o atual governo liderado pelos social-democratas não tem conseguido atender às expectativas de grande parte da população.
O partido se posiciona como uma alternativa às políticas tradicionais, aproveitando o descontentamento popular com a gestão de temas como imigração e segurança, e promovendo um discurso de mudanças drásticas. No entanto, a AfD segue sendo rejeitada por outras legendas políticas, que firmaram um pacto para não se aliar ao partido, citando suas raízes no nacionalismo e na ideologia de extrema direita. No último debate eleitoral, Alice Wiedel, principal representante da AfD, se tornou alvo de ataques de seus adversários, incluindo o chanceler Olaf Scholz, que acusou o partido de desprezar as lições históricas do nacional-socialismo.
A candidatura de Alice Wiedel tem ganhado apoio internacional, com figuras como o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o bilionário Elon Musk demonstrando simpatia pelo partido. Entretanto, suas declarações controversas e revisionistas, como a afirmação errônea de que Hitler era comunista, refletem uma tentativa de distorcer a história e atrair eleitores insatisfeitos. O AfD tem sido alvo de investigações por suas posições extremistas, mas continua a crescer ao explorar um discurso populista que ressoa com uma parcela significativa do eleitorado, embora sua retórica continue sendo vista como perigosa por muitos analistas e historiadores.