A eleição geral na Alemanha deste domingo, 23, pode marcar um momento decisivo na política do país, com o partido de direita radical Alternativa para a Alemanha (AfD) crescendo em apoio, especialmente entre os jovens. A liderança de Alice Weidel tem sido central para a ascensão da sigla, que promete consolidar sua posição como a segunda maior força no Parlamento, com uma plataforma que defende medidas extremas como a saída da Alemanha da União Europeia e a deportação de cidadãos com base na etnia ou grau de assimilação. No entanto, a figura de Weidel, uma líder conservadora e anti-imigração que é lésbica e casada com uma mulher de origem asiática, levanta contradições dentro de sua própria agenda.
Apesar de críticas internas e internacionais, a AfD tem atraído apoio de figuras poderosas, como Donald Trump e Elon Musk, além de aumentar sua visibilidade nas redes sociais, o que fortalece sua base de eleitores. A retórica da sigla se distancia do nazismo, mas suas propostas continuam gerando divisões, tanto dentro da política alemã quanto entre os outros partidos de extrema-direita da Europa. A AfD também enfrenta desafios legais, incluindo uma investigação sobre suas atividades, mas continua a crescer, conquistando espaços no Parlamento e nas regiões do leste da Alemanha, onde suas ideias nacionalistas encontram eco.
A ascensão da AfD reflete o clima de polarização crescente na sociedade alemã, especialmente em relação à imigração e identidade nacional. Originalmente um partido eurocético e moderado, a sigla radicalizou sua agenda ao longo dos anos, impulsionada pela crise dos refugiados e pela insatisfação com os partidos tradicionais. Com o apoio de uma base cada vez maior e um cenário de polarização, a AfD se prepara para desempenhar um papel central na política alemã, levantando questões sobre o futuro do país e a aceitação ou resistência a essa nova era de extremismo político.