Nas eleições gerais realizadas na Alemanha em 2025, o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) obteve um crescimento recorde, consolidando-se como uma força relevante no Parlamento. O partido obteve a maioria dos votos nos estados que ocupam o território da antiga Alemanha Oriental, como Brandenburgo, Saxônia e Turíngia. Esses estados, com menores índices de crescimento econômico e tradição limitada de imigração, parecem ser mais receptivos às propostas do AfD, que combina um discurso contra a imigração com críticas à situação econômica do país. Em contraste, os estados ocidentais deram maior apoio ao partido conservador CDU, que venceu nacionalmente, mas não conseguiu a maioria absoluta necessária para governar.
A ascensão do AfD também refletiu a crise política interna que levou à queda do governo do chanceler Olaf Scholz. Após uma série de disputas dentro da coalizão governamental, o governo foi reprovado em uma moção de censura, resultando na convocação de eleições antecipadas. Com o apoio popular em alta, o CDU, liderado por Friedrich Merz, se tornou o partido vencedor, mas não conseguiu formar uma maioria sem alianças com outros partidos. O AfD, que passou a ter 152 cadeiras no Bundestag, foi a sigla que mais cresceu, indicando um aumento significativo do apoio à direita radical no país.
A situação eleitoral pode complicar a formação de um novo governo. Embora o CDU tenha sido o partido mais votado, ele precisará negociar com outras siglas para obter uma maioria estável. A possível inclusão do AfD em uma coalizão governamental foi descartada por Merz, mas o crescimento do partido levanta questões sobre a viabilidade de um governo estável, em meio ao aumento da polarização política no país. O futuro político da Alemanha dependerá de como os partidos irão lidar com essa nova dinâmica e os desafios econômicos e sociais que o país enfrenta.