Na noite de sexta-feira, 7 de fevereiro, um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe 88 brasileiros deportados pelos Estados Unidos, aterrissando no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. O voo, que partiu de Fortaleza após uma parada para o desembarque de parte dos deportados, trouxe relatos de indignação, especialmente sobre o tratamento recebido durante o trajeto. Muitos dos deportados se sentiram humilhados pelo uso de algemas e pelo trato impessoal durante o voo, apesar de reconhecerem a melhoria no atendimento ao chegarem ao Brasil.
O governo brasileiro, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e outras pastas, organizou um centro de acolhimento no aeroporto para fornecer suporte aos deportados, incluindo assistência migratória, alimentação e informações sobre serviços essenciais. A ministra dos Direitos Humanos destacou que a abordagem em relação às mulheres e crianças melhorou, com a decisão de não utilizar algemas nestes casos. Esse processo de acolhimento reflete uma mudança significativa nas operações de repatriação, comparado ao tratamento impessoal de administrações anteriores.
Essas deportações estão ligadas a um acordo firmado em 2017 e não fazem parte da política de imigração agressiva implementada pelo governo de Donald Trump. No entanto, relatos de mudanças no tratamento dos imigrantes após a posse de Trump indicam um endurecimento das políticas de deportação, com aumento de transferências e restrições aos direitos dos detidos. As mudanças afetaram especialmente o contato com familiares e o acesso a serviços básicos, o que gerou frustração entre os deportados.