A administração Trump tem afirmado, de forma imprecisa, que milhões de pessoas falecidas há mais de 100 anos estão recebendo benefícios do Seguro Social. Essas alegações, amplificadas por figuras como Elon Musk, incluem números distorcidos e uma interpretação equivocada dos dados do Seguro Social. Embora erros de pagamento, incluindo para pessoas falecidas, sejam uma realidade, os números apresentados são muito exagerados e não refletem a realidade do sistema.
Segundo relatórios do inspetor geral da Previdência Social, de 2015 a 2022, a agência pagou cerca de 8,6 trilhões de dólares em benefícios, dos quais 71,8 bilhões de dólares (menos de 1%) foram pagos de forma indevida. A maioria desses pagamentos indevidos foram para pessoas vivas, mas houve também um esforço recente para recuperar valores pagos erroneamente a falecidos, com estimativas indicando que mais de 200 milhões de dólares podem ser devolvidos ao longo de três anos.
O erro nos dados é em parte causado pela desatualização do sistema de software usado pela Previdência Social, que não é capaz de registrar adequadamente informações de falecidos devido à falta de uma tecnologia mais moderna. No entanto, a agência já parou automaticamente os pagamentos para pessoas com mais de 115 anos desde 2015, e os casos de fraude envolvendo centenários são extremamente raros. A discussão sobre os pagamentos indevidos levanta a questão sobre a real eficiência do sistema, mas especialistas alertam que as alegações podem simplificar um problema financeiro muito mais complexo relacionado ao Seguro Social.