Dorothy Roberts, acadêmica e premiada com o MacArthur Fellowship em 2024, propõe a abolição dos serviços de proteção à infância, sistema conhecido como CPS. Ela argumenta que esse sistema não protege adequadamente as crianças e, na verdade, prejudica as famílias, especialmente as negras. Segundo Roberts, a intervenção do CPS, que se dá por meio de investigações e remoções de crianças das casas familiares, não é uma ação que visa apoiar as famílias, mas sim uma prática que causa traumas e divide as unidades familiares sem atender às necessidades reais das crianças.
Uma crítica central de Roberts é que o CPS atua principalmente quando há acusações de abuso ou negligência, mas raramente quando as famílias procuram ajuda. Em muitos casos, os pais são acusados de negligência simplesmente por não conseguir prover as necessidades básicas de seus filhos devido à pobreza. Em vez de fornecer recursos para apoiar essas famílias, o sistema retira as crianças, muitas vezes antes mesmo de concluir as investigações. Isso coloca a responsabilidade sobre os pais para provar sua inocência em condições desfavoráveis.
Roberts sugere que, em vez de reformar o sistema existente, seria mais eficaz desmantelá-lo e construir uma nova abordagem, que ofereça apoio financeiro, de saúde e social aos pais, em vez de recorrer à remoção das crianças. Ela acredita que, com o suporte adequado, tanto as crianças quanto as famílias poderiam ter melhores resultados. A sua proposta visa transformar a forma como as famílias são apoiadas, criando soluções mais eficazes e menos traumáticas.