Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado uma abertura comercial crescente, com destaque para a exportação de produtos como aço e alumínio. No entanto, o país ainda mantém um perfil econômico considerado relativamente fechado em comparação com outras economias, como a dos Estados Unidos e da União Europeia. Dados do Banco Mundial mostram que o índice de abertura comercial do Brasil em 2023 foi de 33,85% do PIB, abaixo da média de países da OCDE e de algumas economias emergentes. Esse cenário está relacionado a escolhas históricas de proteção do mercado local e à preferência por manter tarifas elevadas em setores considerados estratégicos.
Recentemente, a imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos como aço e alumínio afetou diretamente os exportadores brasileiros, levando o governo a considerar medidas de retaliação. A lógica por trás das taxas impostas por Donald Trump é relacionada à busca por empregos e ao fortalecimento da indústria norte-americana, justificativas que têm repercussões para os países exportadores, incluindo o Brasil. O governo brasileiro, por sua vez, defende a ampliação do livre comércio, afirmando que guerras comerciais são prejudiciais e que o país não participará de tais disputas.
Ainda assim, especialistas apontam que a abertura comercial do Brasil pode trazer benefícios, como maior competitividade e investimento em tecnologia, especialmente em setores onde o país já é competitivo. Embora desafios como o sistema tributário e a falta de qualificação profissional possam dificultar a competição direta com economias avançadas, uma maior participação nas cadeias globais de valor é vista como essencial para o crescimento e aumento da produtividade. O debate sobre a necessidade de uma abordagem mais pragmática no comércio exterior é crescente, e os próximos passos, como a ratificação de acordos comerciais com a União Europeia, podem moldar o futuro da economia brasileira.