O autor começa o relato descrevendo sua frustração com um simples pedido de sua esposa para levar o cachorro e, ao mesmo tempo, ir ao local de descarte de lixo. Ele gostaria de combinar as duas tarefas, e acaba prevalecendo. A visita ao local de descarte foi marcada com a intenção de se livrar de uma antiga mesa de madeira que estava no jardim há dois anos, exposta às intempéries e com sinais de deterioração. Esse momento traz à tona uma lembrança que o afeta profundamente: a perda de um objeto muito querido por ele, que fora uma prancheta de desenho, que esteve com ele por 30 anos.
O autor descreve a prancheta de desenho como um item de grande valor sentimental, que representava um vínculo com sua profissão e momentos importantes de sua vida. No entanto, o relacionamento com a prancheta mudou quando, após a mudança para a nova casa, ela foi deixada de lado, exposta ao clima e deteriorando-se. O ponto de virada para a dor do autor foi quando descobriu que sua esposa havia contratado alguém para levar a prancheta embora, sem seu conhecimento, o que ele considera uma “traição monstruosa.”
A relação com objetos e suas memórias afetivas é explorada ao longo do texto, evidenciando o apego emocional do autor e o impacto de sua perda. A narrativa também destaca a dinâmica entre o casal e as diferentes formas de lidar com o desapego, revelando um conflito sutil que toca no tema da preservação de memórias e o respeito por escolhas pessoais, mesmo em meio a decisões práticas do cotidiano.