O editorial discute a visão de que a política de classe foi substituída pelas chamadas “guerras culturais”, abordando como os políticos tratam a classe como um reflexo de preferências culturais em vez de uma questão econômica. A perspectiva apresentada sugere que, na verdade, a classe social é o fator que define muitos aspectos culturais, e não o contrário. O autor questiona se a cultura de instituições como a polícia e as forças armadas é moldada pelos valores de seus membros ou se os preconceitos dessas instituições são um reflexo das crenças já presentes nas classes sociais de onde provêm seus integrantes.
Em um exemplo de análise, o texto menciona os casos de racismo, misoginia e islamofobia dentro dessas organizações e propõe que, se tais atitudes são comuns entre os membros de classes sociais específicas, é fundamental abordar essas questões na raiz, ou seja, nas próprias classes que alimentam essas ideias. A crítica aponta que o problema pode ser mais profundo e enraizado nas origens sociais dos indivíduos do que na formação cultural de uma instituição em si.
Por fim, o autor defende que, ao identificar tais problemas, é preciso agir preventivamente, não esperando até que indivíduos com preconceitos, como racistas, ingressem em instituições como a polícia. A solução, segundo o texto, exige um olhar mais atento para as condições sociais e econômicas que moldam as atitudes das pessoas antes mesmo de elas se unirem a tais organizações. A mudança, portanto, começa nas bases sociais e deve ser enfrentada de forma ampla para que as instituições possam realmente mudar.