Em 12 de fevereiro de 2005, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada em Anapu, no Pará, enquanto liderava a luta pela preservação ambiental e pelos direitos das comunidades assentadas na Amazônia. Durante seu trabalho, ela se envolveu em um projeto de agrofloresta, buscando combinar culturas anuais com árvores nativas para garantir a sustentabilidade e a sobrevivência dessas comunidades. Sua morte trouxe à tona a crescente violência no campo e os conflitos envolvendo grandes proprietários de terras interessados na exploração rápida e lucrativa, em contraste com os esforços de preservação ambiental.
Após sua morte, a ativista Jean Ann Bellini, que acompanhou de perto a missão de Dorothy, observa que, apesar de alguns avanços nas políticas públicas, os conflitos pela terra na região não cessaram e até se intensificaram. A luta entre os modelos de exploração convencional e os sustentáveis, como a agrofloresta, continua, com pressões para que os assentados desistam de métodos mais ecológicos. Além disso, a violência no campo segue alta, com números alarmantes de conflitos e ameaças contra pessoas, incluindo assassinatos e agressões.
A Pastoral da Terra, que segue de perto esses conflitos, destaca que, para garantir a preservação da terra e o bem-estar das comunidades, é essencial uma atuação coletiva. Após a morte de Dorothy, as comunidades aprenderam a fortalecer suas redes de apoio e a proteger suas lideranças, evitando exposição excessiva. A luta pela terra, enfatizam, deve ser conduzida de forma comunitária, garantindo um território coletivo para as gerações futuras, especialmente no contexto de uma região tão marcada pela violência e pelo conflito de interesses.