O filme dirigido por Walter Salles narra a história de uma mulher brasileira, Eunice Paiva, que precisou enfrentar a brutalidade da ditadura militar de 1971 para proteger seus filhos. O marido de Eunice, Rubens, foi desaparecido pelas forças militares, e ela teve de lidar com a perda, enquanto mantinha a calma e a estabilidade dentro de sua casa. Mesmo diante da violência e do silêncio forçado do governo, que nem sequer reconhecia a prisão de Rubens, Eunice se manteve firme em sua postura de não demonstrar indignação, temendo que isso fosse interpretado como uma defesa política.
A atuação de Fernanda Torres, indicada ao Oscar, recebeu elogios pela sutileza e pela dignidade com que interpretou a personagem, demonstrando a força silenciosa de uma mãe diante da opressão. A narrativa do filme busca explorar a tensão emocional vivida por Eunice, que, embora marcadamente afetada pelo que acontecia, opta por criar um ambiente de normalidade para seus filhos, negando o sofrimento e a desesperança que se escondiam sob a superfície da vida cotidiana.
O drama também aborda o breve momento em que Eunice é detida e torturada pela polícia secreta, um ponto que evidencia o risco e a crueldade do regime militar. Sua resposta a essa experiência é uma tentativa de se manter emocionalmente equilibrada, o que sugere um dilema humano entre a dor e a resistência. O filme reflete sobre como o medo e a repressão se entrelaçam com a resistência silenciosa de mães que tentam preservar a dignidade familiar em tempos de violência e silêncio governamental.