A porcelana, originária da China entre os séculos VII e IX, é um tipo de cerâmica feita a partir da mistura de caulim e feldspato, aquecidos a temperaturas elevadas. Inicialmente, na Dinastia Shang, a porcelana era feita de argila caulinita e já demonstrava propriedades como translucidez e resistência. Durante a Dinastia Tang, a técnica foi refinada, com a produção de porcelana branca de alta qualidade, e na Dinastia Song, os acabamentos esmerados e inspirados na natureza marcaram novos padrões estéticos. Com o aumento da demanda durante a Idade Média, a porcelana chinesa foi exportada para a Europa via a Rota da Seda.
O intercâmbio cultural com a Dinastia Yuan resultou na famosa combinação do cobalto com técnicas chinesas, criando o estilo clássico de porcelana azul e branca. As dinastias Ming e Qing foram responsáveis por popularizar a porcelana como símbolo de luxo global. No século XVI, os comerciantes portugueses introduziram a porcelana na Europa, o que gerou grande fascínio e levou os europeus a tentarem reproduzir o material, com a invenção da porcelana europeia verdadeira por Johann Friedrich Böttger em 1708, na Saxônia. A partir daí, fábricas como Meissen e Sévres se destacaram na produção de porcelana de alta qualidade.
A partir do século XIX, a porcelana passou a ser aplicada em diversos campos, como em utensílios domésticos, esculturas decorativas e, posteriormente, em tecnologias industriais e médicas. No século XX, sua alta resistência térmica levou ao uso de porcelana em isoladores elétricos e em equipamentos médicos. Além disso, o material ganhou novas funções artísticas, sendo explorado por artistas contemporâneos e sendo reconhecido por suas qualidades sustentáveis. Hoje, a porcelana é um patrimônio cultural e histórico, celebrada em museus e como um símbolo de sofisticação e tradição artesanal global.