A gestão de contingências jurídicas é um dos principais desafios enfrentados pelas grandes empresas, especialmente em setores com elevado volume de litígios, como varejo, telecomunicações, finanças e indústria automobilística. O passivo judicial não afeta apenas as finanças, mas também a reputação corporativa e a confiança de investidores, sendo essencial que os departamentos jurídicos alinhem seus escritórios terceirizados com as metas da empresa para garantir a resolução eficiente dos processos. O foco deve ser a redução da contingência, com a colaboração ativa dos escritórios na busca por soluções rápidas e eficazes.
Historicamente, muitos escritórios de advocacia adotam uma abordagem reativa, priorizando apenas a defesa processual. No entanto, essa postura precisa ser repensada. A mudança de paradigma exige uma atuação mais estratégica, com foco no encerramento das ações, seja por acordos, desistências ou outros meios alternativos. Além disso, a implementação de indicadores de desempenho (KPIs), o uso de tecnologia jurídica e a proposta de acordos mais agressivos podem ajudar as empresas a reduzir custos e melhorar a eficiência operacional, gerando benefícios no longo prazo.
Com o aumento da pressão por parte dos CFOs, que buscam mitigar o impacto financeiro do passivo judicial, a mudança de cultura é cada vez mais necessária. Os escritórios de advocacia devem se adaptar a essa nova realidade, oferecendo mais do que defesa técnica, mas contribuindo ativamente para a redução dos riscos e custos associados aos litígios. Esse movimento destaca a crescente importância de uma parceria estratégica, onde o desempenho do departamento jurídico é medido pela redução da contingência e pela previsibilidade financeira, fatores cruciais para o sucesso da empresa no mercado competitivo atual.