A diminuição dos relacionamentos afetivos entre jovens está se tornando uma tendência global, com dados do Financial Times mostrando uma queda acentuada no número de casamentos e de pessoas que coabitam, especialmente entre adultos jovens. Essa redução é observada em países como Tailândia, Finlândia, Peru, Coreia do Sul e Turquia, além dos Estados Unidos, onde a taxa de casamentos caiu em 54% entre 1900 e 2022. Além disso, o envolvimento em encontros românticos também diminui: a porcentagem de adolescentes de 16 a 18 anos que afirmam já ter saído com alguém caiu para menos de 50%, com uma queda ainda mais acentuada nos últimos anos, segundo informações da Atlantic.
Diversos fatores podem explicar esse fenômeno, sendo os desafios globais uma das principais razões apontadas. A ascensão de movimentos de extrema direita, o agravamento da crise climática, a instabilidade geopolítica e a crescente insegurança econômica são elementos que impactam diretamente o desejo de formar relações íntimas ou compromissos duradouros. A sensação de incerteza e a falta de perspectivas de um futuro mais estável parecem desmotivar muitos jovens a investir em relacionamentos afetivos mais sérios.
Esses fatores refletem uma mudança no comportamento social, onde as questões globais e locais criam um ambiente emocional e psicológico em que muitos preferem evitar o compromisso. A falta de “vibrações românticas” pode ser vista como uma reação ao cenário atual, onde a pressão por sobreviver em tempos difíceis pode ofuscar os impulsos naturais para o afeto e o vínculo.