Em 1964, Juscelino Kubitschek foi cassado, e a medida, segundo o escritor Josué Montello, teve motivações políticas. Montello acreditava que a Revolução de 1964, que resultou no golpe militar, estava ultrapassada e que os militares, ao tomarem o poder, estavam apenas se consolidando como a nova classe dominante, disposta a silenciar aqueles que fossem considerados obstáculos ao regime, como ocorreu com Kubitschek.
A cassação de Kubitschek revelou que o movimento militar não visava apenas perseguir comunistas ou grupos subversivos, mas qualquer figura política que pudesse ameaçar a nova ordem. Carlos Lacerda, por exemplo, acreditava que a queda de Kubitschek abriria espaço para sua ascensão, mas logo se viu também ameaçado pela mesma repressão militar. Esse cenário indicava que, com a ausência do ex-presidente, os militares ganhavam ainda mais força no controle político do país.
Em 1965, o Brasil se preparava para novas eleições presidenciais, o que representava uma oportunidade de fortalecer a democracia. No entanto, o que ocorreu foi uma marginalização das lideranças civis e uma crescente concentração de poder nas mãos dos militares. A democracia, em vez de ser consolidada, ficou ainda mais fragilizada, com a repressão ampliando sua presença no cenário político nacional.