O texto começa com uma reflexão sobre a visão de John Lennon, que afirmava que a ignorância pode ser uma bênção, pois impede a ansiedade pela mudança e a busca incessante por melhorias, mas também limita a percepção da realidade. Para ilustrar esse conceito, o texto apresenta a história de José, um pintor que, em sua ignorância sobre as consequências econômicas, vive uma vida tranquila, sem saber das dificuldades que um racionamento de óleo pode impor ao seu trabalho e à sobrevivência de sua família. A ignorância, neste caso, traz conforto momentâneo, mas também limita a capacidade de adaptação às mudanças.
O texto segue explorando o mito de Adão e Eva no Jardim do Éden, onde a ignorância era também vista como um estado de felicidade e pureza. No entanto, ao desobedecer a Deus e comer o fruto proibido, Adão e Eva perderam essa inocência, adquirindo o conhecimento do bem e do mal, o que trouxe para eles a inquietação e a dúvida. Esse episódio é utilizado como metáfora para explicar como a busca pela sabedoria e o conhecimento podem, muitas vezes, gerar mais preocupações e incertezas, em contraste com a vida simples e despreocupada dos “ignorantes”.
Finalmente, a reflexão se aprofunda nas diferenças entre os “ignorantes completos” e os “iniciados”, que buscam constantemente o conhecimento. Os primeiros vivem suas vidas focados nas necessidades básicas e nas explicações religiosas, enquanto os iniciados, ao buscarem respostas filosóficas e existenciais, enfrentam uma constante ansiedade e incerteza. O texto sugere que, embora o conhecimento seja valioso, ele também traz consigo a perda da tranquilidade, pois a busca pela sabedoria é um processo interminável, onde, quanto mais se sabe, mais se percebe o quanto ainda falta entender.