O economista e filósofo Eduardo Giannetti afirmou que o crescimento da direita populista é uma consequência do descontentamento social generalizado, um sentimento que permeia uma grande parte da sociedade. Esse descontentamento surge da percepção de que as pessoas estão insatisfeitas com os rumos tomados pela sociedade e com suas próprias vidas. Giannetti destaca que, no passado, havia a expectativa de que cada geração teria uma vida melhor que a anterior, mas essa ideia se quebrou, principalmente nos Estados Unidos, onde o “sonho americano” deixou de ser uma realidade para muitos.
O filósofo aponta três fatores principais que contribuíram para o ambiente de insegurança e incerteza: o impacto da globalização, que trouxe milhões de trabalhadores asiáticos para o mercado global de trabalho, afetando os empregos ocidentais; a crise financeira de 2008-2009, que expôs as falhas de um sistema econômico onde os lucros são privatizados, mas as perdas são socializadas; e o avanço das novas tecnologias, especialmente as mídias sociais, que deram voz a uma parcela da população antes silenciada, desafiando a hegemonia do establishment tradicional.
Para Giannetti, essa combinação de fatores criou um cenário propício para a ascensão de líderes populistas de direita, que apresentam soluções simplistas para problemas complexos. Esse contexto de descontentamento e insegurança social tem sido o terreno fértil para o surgimento de tais líderes, que conseguem mobilizar as frustrações das pessoas em tempos de crise.