Zoran Milanović, atual presidente da Croácia, alcançou uma vitória esmagadora no segundo turno das eleições presidenciais, realizado no último domingo. Com 74,58% dos votos, ele derrotou seu adversário conservador Dragan Primorac, que obteve 25,42%. Apesar dos poderes limitados do cargo presidencial, Milanović, um ex-primeiro-ministro de esquerda, tem se destacado como uma figura polarizadora na política croata, especialmente por sua postura crítica em relação à União Europeia e ao governo do primeiro-ministro Andrej Plenković, do Partido Democrático Croata (HDZ).
Durante a campanha, Milanović se posicionou como um opositor feroz à gestão do HDZ, destacando escândalos de corrupção e expressando críticas à política externa da União Europeia, especialmente no que diz respeito à assistência militar à Ucrânia. Sua postura tem atraído apoio não apenas de eleitores socialistas, mas também de setores da direita, que se identificaram com sua retórica populista e nacionalista. Por outro lado, Primorac, candidato do HDZ, baseou sua campanha em valores conservadores como patriotismo e família, mas não conseguiu se distanciar das questões internas de seu partido, que vinham sendo fortemente questionadas por Milanović.
Além das críticas políticas, a campanha presidencial também foi marcada pela insatisfação de parte da juventude croata, que sentiu falta de um debate mais focado em temas que afetam diretamente sua realidade, como habitação e qualidade de vida. Esse desinteresse gerou um certo distanciamento entre a classe política e os anseios da população jovem, que considera que os tópicos debatidos pelos líderes são frequentemente os mesmos de sempre. Com essa vitória, Milanović reforça sua posição como um líder de oposição simbólica ao governo, embora seus críticos o considerem uma figura difícil de categorizar ideologicamente.