As áreas rurais da Colômbia, especialmente em regiões como Catatumbo, têm sido dominadas por grupos armados, como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das FARC. Esses grupos exercem controle absoluto sobre atividades como o tráfico de drogas, extorsão, exploração ilegal de minérios e uso de mão de obra forçada. Relatórios recentes apontam que essas milícias impõem taxas sobre o comércio local e até controlam a produção de pasta de coca, determinando preços e restringindo a mobilidade da população, que vive sob a constante ameaça de violência.
A população dessas regiões sofre também com abusos graves, como o recrutamento forçado de crianças e adolescentes. Em algumas localidades, como o Rio San Juan e Chocó, adolescentes têm se suicidado devido ao medo de serem forçados a integrar os grupos armados. Além disso, relatos de violência sexual contra meninas indígenas, de 12 anos ou mais, têm se intensificado, com a exploração sexual e laboral sendo comuns. Em algumas regiões, a imposição de contribuições financeiras pela força se estende a todos os setores, afetando desde a venda de imóveis até a produção rural.
Esses abusos não apenas prejudicam a economia local, como também geram deslocamentos forçados e dificultam o acesso a direitos básicos. Além disso, as atividades dos grupos armados prejudicam o desenvolvimento de projetos sociais e o crescimento da indústria e comércio locais. A situação em áreas como Guaviare e Meta é particularmente alarmante, com os grupos exigindo pagamentos de pequenas quantias, como 10.000 pesos colombianos por cada frango vendido. Quem se recusa a pagar enfrenta represálias violentas, incluindo sequestros e ataques.