O número de casos de estupro denunciados na Paraíba mais que dobrou em um ano, com 1.170 ocorrências registradas em 2024, contra 509 em 2022. A cada oito horas, uma mulher é vítima de estupro no estado, refletindo um aumento alarmante de 129,86% no período de três anos. Esse crescimento pode ser interpretado como um reflexo tanto do aumento real da violência quanto da maior disposição das vítimas em denunciar os crimes. A maioria das vítimas (90%) é do sexo feminino, e o mês de outubro de 2024 foi o de maior incidência, com 123 casos.
Especialistas apontam que o aumento nas denúncias é uma conquista dos serviços de apoio, como campanhas de conscientização e acolhimento das vítimas, que têm incentivado as mulheres a procurarem ajuda. No entanto, a subnotificação continua sendo um desafio, pois muitos casos não chegam ao sistema devido ao medo e à vergonha das vítimas. A advogada Laura Lopes e a jornalista Mabel Dias destacam que a violência sexual contra mulheres é um reflexo de uma estrutura histórica e social que precisa ser enfrentada com educação, políticas públicas eficazes e o apoio da sociedade.
Para as vítimas de violência, a Paraíba oferece diversos serviços de acolhimento e atendimento, como a Casa Abrigo Aryane Thaís, a Ronda Maria da Penha e a Sala Lilás na Maternidade Frei Damião. Esses serviços buscam oferecer apoio emocional e médico às mulheres em situação de risco, além de garantir sigilo e segurança. Canais de denúncia, como a Central de Atendimento à Mulher (180) e a Polícia Civil (197), estão disponíveis para auxiliar as vítimas a denunciarem os casos de violência.