A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, anunciou que assumirá a presidência de forma temporária a partir do dia 5 de janeiro, em razão da participação do presidente Daniel Noboa na campanha eleitoral para as próximas eleições de fevereiro. Abad afirmou que a Constituição exige que Noboa peça licença para concorrer à reeleição, mas a legislação não deixa claro se ele precisa fazer isso, já que está completando o mandato de outro presidente. A medida gerou controvérsia, com juristas afirmando que a ausência do pedido de licença por parte de Noboa poderia resultar em sanções, incluindo a perda de direitos políticos.
Abad tentou garantir o exercício do poder constitucional e solicitou o apoio das Forças Armadas para garantir sua ascensão, mas o Exército rejeitou a convocação. A relação entre a vice-presidente e o presidente Noboa se deteriorou desde a campanha eleitoral de 2023, e o governo tem buscado afastar Abad de suas funções, incluindo a nomeação de uma vice-presidente interina. Contudo, Abad não acatou a designação e entrou com uma ação na Corte Constitucional, considerando a nomeação inconstitucional.
Em resposta à ação de Abad, Noboa seguiu com a nomeação de uma nova vice-presidente interina, Cynthia Gelibert, e reafirmou sua decisão de enviá-la à Turquia. A Assembleia Nacional também se envolveu no debate, afirmando que não tinha competência para interferir na questão da licença. Apesar da complexidade jurídica e das disputas políticas, a situação continua a ser um ponto de tensão no governo equatoriano, com as próximas semanas prometendo mais desdobramentos no processo eleitoral e institucional.