A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, anunciou que assumirá a presidência do país a partir de 5 de janeiro de 2025, durante o período eleitoral, mesmo sem a licença formal do presidente Daniel Noboa. A Constituição equatoriana exige que presidentes que buscam reeleição solicitem licença, mas Noboa, que ocupa o cargo interinamente desde o mandato de um antecessor, não fez esse pedido, o que levanta questionamentos sobre a conformidade legal dessa situação. O constitucionalista André Benavides alertou para possíveis implicações jurídicas pela ausência de licença.
O anúncio de Abad foi feito pouco antes de uma reunião da Assembleia Nacional, que deverá discutir a necessidade dessa licença para candidatos à reeleição. José de la Gasca, ministro do Governo, declarou que, legalmente, a solicitação de licença não seria obrigatória, o que adiciona complexidade ao cenário político. Enquanto isso, Noboa nomeou Sariha Moya como vice-presidente interina, alegando a ausência temporária de Abad, que por sua vez, mencionou que utilizaria seus direitos a férias.
A tensão política no Equador cresce à medida que se aproximam as eleições e a falta de consenso sobre a aplicação da norma constitucional cria um ambiente de incerteza. A ausência de um entendimento claro sobre a licença para reeleição pode gerar disputas legais, afetando a estabilidade do governo e ampliando as divisões entre os líderes políticos, especialmente considerando o histórico de desentendimentos entre Abad e Noboa desde as eleições de 2023.