A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, anunciou que assumirá temporariamente a presidência do país a partir de 5 de janeiro de 2025, data que marca o início da campanha eleitoral. Ela esclareceu que sua posse ocorrerá devido à participação do presidente Daniel Noboa na disputa pela reeleição, conforme previsto pela Constituição, que exige que o chefe do Executivo se licencie para concorrer a um novo mandato. A situação gerou incertezas, uma vez que a norma não especifica claramente o procedimento em casos como o de Noboa, que está completando o mandato de seu antecessor, Guillermo Lasso.
O constitucionalista André Benavides afirmou que, caso Noboa não solicite a licença, poderá incorrer em falta grave, sendo necessária a intervenção do Tribunal Contencioso Eleitoral para resolver a questão. Contudo, Abad não detalhou como pretende formalizar sua ascensão à presidência, mas indicou que, ao assumir a vice-presidência, não seria necessária uma posse adicional para o exercício da função presidencial. Ela também destacou a importância de obter o apoio das instituições do Estado, incluindo as forças armadas, que ainda não se manifestaram sobre o assunto.
A tensão entre Abad e Noboa vem desde a campanha eleitoral de 2023, e, apesar de tentativas do governo em afastar a vice-presidente, a disputa não foi resolvida. Noboa, por sua vez, nomeou uma vice-presidente interina, Sariha Moya, justificando a ausência temporária de Abad devido ao não cumprimento de uma ordem de viagem. O impasse ocorre em um momento decisivo para a política equatoriana, com a Assembleia Nacional se preparando para discutir a licença para aqueles que concorrerão à reeleição.