A poucos dias da posse de Nicolás Maduro, o clima político na Venezuela se intensificou com a prisão do ex-candidato à presidência Enrique Márquez, do partido Centrados, acusado de tentar articular um golpe de Estado. Segundo o governo, Márquez teria planejado uma posse paralela do opositor Edmundo González em uma embaixada venezuelana no exterior. A detenção gerou protestos e declarações de apoio de setores da oposição, que denunciam perseguições políticas e violação dos direitos humanos no país. A esposa de Márquez, por meio de suas redes sociais, classificou a prisão como um sequestro promovido por grupos paramilitares.
Internacionalmente, a prisão causou repercussão, especialmente entre líderes da região. O presidente colombiano Gustavo Petro expressou sua preocupação com o agravamento das violações de direitos humanos na Venezuela, citando o caso de outro opositor, Carlos Correa, que também foi detido em Caracas. Petro, no entanto, reafirmou que a Colômbia não romperá relações com a Venezuela, mas pediu respeito aos direitos fundamentais. A detenção de figuras opositoras ocorre em um contexto de crescente pressão sobre a transparência das eleições venezuelanas de 2024, questionadas tanto pela oposição interna quanto por organizações internacionais.
Por sua vez, o governo de Maduro mantém sua posição de que as eleições foram legítimas, respaldadas pelo Conselho Nacional Eleitoral e pelo Tribunal Supremo de Justiça. A administração de Maduro exige que a oposição aceite o resultado eleitoral e defende a não interferência estrangeira nos assuntos internos do país. Em meio a essas tensões, manifestantes opositores convocaram atos para o dia 9 de janeiro, e a situação política continua polarizada, com um clima de crescente incerteza sobre o futuro imediato da Venezuela.