A Venezuela está prestes a empossar seu presidente nesta sexta-feira (10), com Nicolás Maduro participando de uma cerimônia para iniciar seu terceiro mandato, apesar da contestação interna e internacional sobre sua vitória nas eleições de julho do ano passado. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo governo, declarou Maduro vencedor, mas a oposição, liderada por Edmundo González, alega ter vencido as eleições com uma margem substancial, apresentando documentos que, segundo ela, provam uma fraude eleitoral. A credibilidade dessas alegações, no entanto, foi amplamente questionada, com observadores internacionais apontando que a oposição pode ter razão quanto à ausência de transparência no processo eleitoral.
O governo venezuelano reagiu com repressão, prendendo milhares de pessoas após os protestos contra os resultados eleitorais. González, que agora se encontra no exílio, promete retornar ao país para contestar a posse de Maduro, enquanto outros líderes da oposição, como María Corina Machado, também enfrentam perseguições. A situação tem gerado tensões com vários países, que não reconhecem os resultados das eleições e impuseram sanções diplomáticas. A crescente polarização interna é visível, com manifestações em Caracas e em outras partes do país contra o que muitos consideram um governo ilegítimo.
Internacionalmente, a posse de Maduro pode afetar ainda mais as relações da Venezuela com seus vizinhos, especialmente aqueles que já rejeitaram os resultados eleitorais. A crise política e econômica da Venezuela, que já levou milhões de pessoas a emigrar, continua sendo um dos maiores desafios para a região. Enquanto Maduro se prepara para tomar posse, a oposição e a comunidade internacional continuam a questionar a legalidade do processo eleitoral e os direitos humanos no país, um cenário que ameaça agravar ainda mais a instabilidade política e social na nação.