O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (6) o rompimento das relações diplomáticas com o Paraguai, após declarações de apoio do presidente paraguaio Santiago Peña ao opositor Edmundo González Urrutia, adversário do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais marcadas para 28 de julho. Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano classificou a posição de Assunção como uma violação do princípio de não intervenção e comparou a atitude às práticas do extinto Grupo de Lima. Como parte dessa decisão, a Venezuela iniciará a retirada imediata de seu corpo diplomático do Paraguai.
Em resposta, o governo paraguaio exigiu a saída do embaixador Ricardo Capella e da equipe diplomática venezuelana em até 48 horas. O Paraguai reafirmou apoio ao direito do povo venezuelano de viver em uma democracia, referindo-se às contestações sobre as eleições venezuelanas, nas quais a oposição acusa Maduro de fraude. A situação ocorre poucos dias antes da posse de Maduro para um terceiro mandato consecutivo, em meio a protestos internos que já resultaram em mortes, feridos e prisões.
A crise diplomática reflete a escalada de tensões entre a Venezuela e a comunidade internacional, que teve precedentes em 2019, quando Caracas rompeu relações com os Estados Unidos e outros países latino-americanos. A reeleição de Maduro continua sendo motivo de intensas críticas, enquanto a oposição busca apoio externo para reivindicar a legitimidade de seus resultados. As relações diplomáticas na América do Sul seguem sendo influenciadas pelo cenário político da Venezuela e seus desdobramentos internacionais.