O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (6) que romperá relações diplomáticas com o Paraguai e retirará seus diplomatas do país. A medida foi tomada após o presidente paraguaio, Santiago Peña, manifestar apoio à oposição venezuelana. Peña se alinhou a outros líderes internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao reconhecer Edmundo González, um opositor de Nicolás Maduro, como presidente legítimo da Venezuela. O presidente paraguaio também expressou seu compromisso com o processo de restauração da democracia no país.
A crise política na Venezuela é marcada pela falta de reconhecimento internacional dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro vencedor. A oposição, por sua vez, questiona esses resultados e afirma ter provas de que Edmundo González, candidato da oposição, teria recebido uma votação superior, com cerca de 70% dos votos. Contudo, o chavismo refuta as alegações e afirma que a maior parte dos documentos divulgados pela oposição são falsificados.
O cenário de tensão política tem gerado prisões de opositores, com cerca de 2.400 detenções e 24 mortes desde as eleições. Além disso, González, após ser intimado a depor sobre as atas eleitorais publicadas por ele, se asilou na Espanha em setembro, após a emissão de um mandado de prisão contra ele. A situação de direitos humanos na Venezuela tem gerado repercussão internacional, enquanto a investigação do Ministério Público segue em andamento.