O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou, nesta terça-feira (14), que os diplomatas da França, Itália e Países Baixos terão restrições no país, podendo manter apenas três representantes diplomáticos cada, com a obrigatoriedade de solicitar permissão para se deslocar a mais de 40 quilômetros do centro de Caracas. A medida foi justificada pelo governo de Nicolás Maduro como resposta à conduta hostil de governos desses países, acusados de apoiar grupos opositores e de interferir em assuntos internos da Venezuela.
A decisão gerou críticas de especialistas, que apontam uma violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares, que garante a liberdade de circulação e movimento dos diplomatas. De acordo com Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais, tal restrição fere o princípio de confiança mútua que deve nortear as relações diplomáticas. Além disso, a Chancelaria venezuelana argumenta que está tomando as medidas necessárias para proteger sua soberania, paz e prosperidade.
Esse novo capítulo nas tensões diplomáticas ocorre em meio à crise política e eleitoral na Venezuela, com disputas sobre a legitimidade das últimas eleições presidenciais. A oposição, que não reconhece os resultados oficiais, aponta que o ex-diplomata Edmundo González obteve uma vitória superior à de Maduro, enquanto o governo afirma que as provas divulgadas pela oposição são falsas. A crise tem levado à prisão de opositores e ao aumento das tensões internas e internacionais no país.