Após a posse de Nicolás Maduro, a Venezuela decidiu manter fechadas as fronteiras com o Brasil e a Colômbia até segunda-feira. A medida afeta diretamente o fluxo migratório de milhares de venezuelanos que, nos últimos anos, têm buscado refúgio em países vizinhos devido à crise política e econômica interna. A fronteira com a Colômbia e com o Brasil, especialmente em Pacaraíma, tem sido o principal ponto de passagem para aqueles que fugiram da situação de instabilidade no país.
Desde 2017, mais de 1,2 milhão de venezuelanos chegaram ao Brasil, e em 2024, houve um aumento significativo no número de pedidos de residência e refúgio. A migração venezuelana também levou ao crescimento populacional no estado de Roraima, que registrou um aumento de 12% em um ano. O Brasil tem implementado iniciativas de acolhimento, como a Operação Acolhida, que oferece abrigos e cursos de capacitação para facilitar a inserção no mercado de trabalho. No entanto, a realidade de muitos migrantes é desafiadora, com cerca de 1,1 mil pessoas vivendo nas ruas de Boa Vista, segundo a Agência da ONU para Migrações.
Embora o governo brasileiro, em parceria com organizações não-governamentais, tenha oferecido apoio emergencial a esses migrantes, a situação continua a demandar esforços contínuos para garantir condições dignas de vida, incluindo a proteção, documentação, alimentação e cuidados básicos. O Brasil tem sido um dos principais destinos para os venezuelanos, mas o impacto da migração coloca pressão sobre os recursos locais, exigindo maior suporte e organização para atender a essa população crescente.